O mercado de azeites de oliva no Brasil passou por uma grande transformação nas últimas décadas. Nos anos 90, poucas marcas dominavam as prateleiras dos supermercados, e o consumo do produto era relativamente restrito. No entanto, com a abertura comercial e a globalização, diversas marcas internacionais começaram a entrar no país, ampliando a oferta e diversificando a qualidade disponível para os consumidores. Agora, em 2025, o setor enfrenta um novo desafio: a recente proibição da Anvisa de algumas marcas de azeite devido a irregularidades sanitárias.
O Mercado de Azeites nos Anos 90: Um Cenário Limitado
Nos anos 90, o Brasil ainda não tinha uma cultura forte de consumo de azeite de oliva. O produto era considerado caro e pouco acessível, sendo utilizado principalmente por famílias de origem europeia e em restaurantes especializados. As opções disponíveis eram limitadas a poucas marcas, muitas delas importadas de Portugal e Espanha, que dominavam o mercado.
A abertura comercial promovida pelo governo na década de 90 permitiu que novas marcas estrangeiras entrassem no país, trazendo uma maior variedade de produtos e preços mais competitivos. Com isso, o consumo de azeite começou a crescer, impulsionado pela popularização da dieta mediterrânea e pelos benefícios à saúde associados ao produto.
Expansão do Mercado e Diversificação
Com a entrada de novas marcas, os consumidores passaram a ter acesso a azeites de diferentes qualidades e origens. O Brasil também começou a desenvolver sua própria produção, especialmente na região Sul, onde o clima favorece o cultivo de oliveiras. Esse movimento ajudou a consolidar o azeite como um item essencial na culinária brasileira.
Além disso, a concorrência entre marcas impulsionou a inovação no setor, com embalagens mais sofisticadas, certificações de qualidade e campanhas de marketing voltadas para educar o consumidor sobre os benefícios do azeite extravirgem.
A Proibição da Anvisa e Seus Impactos
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de algumas marcas de azeite de oliva devido a irregularidades na rotulagem e na origem dos produtos. A decisão foi motivada por denúncias do Ministério da Agricultura e Pecuária, que identificou embaladoras com CNPJs suspensos, impossibilitando a rastreabilidade dos produtos.
Essa proibição levanta preocupações sobre a segurança alimentar e a necessidade de fiscalização mais rigorosa no setor. O azeite de oliva é um dos produtos mais fraudados no mundo, e casos de adulteração com óleos vegetais inferiores já foram identificados no Brasil em anos anteriores. Para os consumidores, a recomendação é sempre verificar a procedência do produto, optar por marcas certificadas e desconfiar de preços muito baixos.
O Futuro do Mercado de Azeites no Brasil
Apesar dos desafios impostos pela fiscalização, o mercado de azeites no Brasil continua em expansão. A produção nacional tem crescido, e os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade do produto. A tendência é que as marcas invistam ainda mais em transparência e certificações para garantir a confiança do público.
A proibição da Anvisa serve como um alerta para a importância da regulamentação e do controle de qualidade no setor. Para os investidores e empreendedores do ramo de alimentos, esse cenário reforça a necessidade de adaptação às normas sanitárias e de investimento em processos que garantam a autenticidade dos produtos.